O Conselho Federal de
Corretores de Imóveis (Cofeci) realizou durante dez meses uma pesquisa profunda
sobre os corretores de imóveis brasileiros, profissão que tem 47 anos de regulamentação. Para isso, a instituição investiu cerca
de R$ 2,5 milhões. Durante o recenseamento, descobriu-se que hoje há mais
mulheres trabalhando como corretoras, o nível de escolaridade está cada vez
mais alto e há mais profissionais autônomos. A pesquisa também apontou aumento
no número de corretores atuantes e uma mudança na faixa etária: a média, hoje,
é de 46 a 55 anos.
Na última década, cerca de
60 mil corretores ingressaram no mercado de trabalho. A estabilidade também
ficou marcada na pesquisa, uma vez que 72,86% dos entrevistados residem em casa
própria e 78,73% possuem automóvel. “Isso demonstra que a profissão é segura”,
destaca Paulo José Vieira Tavares, presidente em exercício do Conselho Regional
dos Corretores de Imóveis no Estado de Minas Gerais (Creci-MG).
Sobre o rendimento mensal, o
levantamento observou que um quarto dos corretores ganha entre R$ 1.000 e R$
2.000, mas há aqueles que têm renda mensal superior a R$ 10.000. Paulo Tavares
destaca que, em Belo Horizonte, um corretor que está iniciando ganha em média
R$ 3.000 mensais.
Praticamente um terço dos
profissionais possui sua própria empresa imobiliária; outro terço presta seu
serviço a empresas; a parte restante é autônoma. Apesar de possuírem bens de
valor, 30% dos corretores não têm acesso à internet. “Esse é um dado importante
para o Cofeci trabalhar e pôr em prática a estratégia de inclusão digital dos
corretores, que já está sendo pensada pela diretoria”, conta João Teodoro da
Silva.
Mulheres conquistam espaço
Nos últimos dez anos, o
número de mulheres aumentou em 144%. Hoje, 20,24% dos profissionais que atuam
como corretores de imóveis são do sexo feminino. A evolução da profissão, por
gênero, mostra que a presença feminina tende a crescer. Para o presidente em
exercício do Creci-MG, isso se deve à postura delas diante do trabalho. “A
mulher é mais serena e mais perseverante, qualidades que ajudam muito no
mercado de imóveis, e que irão favorecer essa participação no setor”, avalia
Tavares.
Apesar da conquista de
espaço, ainda há muito o que fazer. Tavares aponta que são poucas as mulheres
que trabalham como autônomas, preferindo ser funcionárias em imobiliárias.
Segundo ele, isso ocorre pela sensação de segurança que um emprego fixo
proporciona.
Além da diferença entre os
sexos, o recenseamento mostra que a maioria dos corretores tem entre 46 e 55
anos. Segundo o presidente em exercício do Creci-MG, esse perfil é
característico de uma época em que muitas pessoas mudavam de profissão já no
final da carreira, vendo o setor imobiliário como uma boa área para ganhar
dinheiro extra. “Hoje o quadro está mudando. As pessoas estudam para serem
corretoras de imóveis. Em breve, a faixa etária predominante será mais jovem”,
avalia o Paulo Tavares.
Mais formação
Cerca de metade dos
corretores de imóveis tem nível superior e 50,97% têm curso de Técnico em
Transações Imobiliárias (TTI) - o curso exigido para a concessão do registro
profissional. Isso indica investimento em qualificação profissional, um reflexo
da política de valorização da classe, adotada pelo Sistema Cofeci-Crecis e pela
exigências do mercado de consumo. Para Teodoro, a tendência é que o nível de
formação seja cada vez maior. “Essa é uma realidade. O mercado exige
profissionais cada vez mais gabaritados”.
Atualmente, bacharéis em
Direito e em Administração predominam na profissão - são mais da metade dos
corretores de nível universitário em atividade. Seguem profissionais graduados
em Contabilidade e Engenharia.
Fonte: Jornal Araxá
http://www.publicidadeimobiliaria.com/2012/05/censo-mostra-novo-perfil-do-corretor-de.html
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